ENSAIOS PRÉ-SELECIONADOS PEF/2016
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 01.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 02.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 03.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 04.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 05.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 06.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 07.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 08.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 09.
Gustavo fFrota. Haiika sem tÍtulo 10.
GUSTAVO FROTA
HAIIKA As únicas fontes de luz daquele lugar eram velas e lanternas. Ao cair da noite apresentei minha câmera àquelas crianças, bastando o encanto de se verem no visor daquele instrumento estrangeiro para que eu fosse transportado para uma polissemia infinita de sentidos com toda ambiguidade mística daquela casa, uma dança de claros e escuros em um ambiente repleto de crianças mágicas da floresta atraídas por lanternas, luzes, movimentos e a descoberta do que podiam fazer com a minha presença e suas brincadeiras de luz. Com lanternas empunhadas e criadoras de si próprias, iluminavam seus corpos e todo o ambiente decantando-se em fluxos desfigurados de luz a desvelar os seres fantásticos daquele local e sempre me convidando a olhar. Luzes, contrastes, rostos desfocados e instáveis, pequenos corpos iluminados cheios de movimento revelavam o aspecto imaginário de uma atmosfera onírica gentilmente real. Já não eram mais corpos fotografados, mas o próprio corpus de imagens que se transfigurava em um convite para uma brincadeira com o olhar das alegres crianças de luz. * A palavra HAIIKA significa “festa da alegria”, de origem xaranauá, adotada pelos Shawãdawa. /// Fotografias realizadas na casa e com os netos de uma tradicional parteira indígena da etnia Shawãdawa. Comunidade ribeirinha localizada no vale do Juruá, interior da floresta Amazônica, Acre, Brasil.