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EMERGÊNCIA / PERMANÊNCIA

A fotografia, mais do nunca, mantém suas vocações intrínsecas ao se posicionar diante das questões contem-porâneas. Ao mesmo tempo que valida a documentação histórica dos fatos mais emergentes, conjuga sua per-manência também pela arte. Ambas aproximações que simultaneamente geram um importante legado memo-rialista e preservacionista.

 

Os festivais são os principais difusores da produção já consagrada, tanto quanto carregam consigo a apresen-tação das novas tendências. Um papel essencial na apresentação de novos talentos e na preservação daqueles mais conhecidos que construíram a história desta mídia. Assim, o Paraty em Foco entra em seu 16º ano, mais uma vez como uma das importantes lideranças na apresentação da cultura fotografica nacional e internacional.

 

Nomes como Thomaz Hoepker, Martin Parr, Ralph Gibson, Loretta Lux, Olivia Arthur, Pieter Hugo, Bruce Gilden, David Alan Harvey, Carlos López, Rinko Kawalchi Antoine D'Agata, Maureen Bisilliat, Miguel Rio Branco, Cristiano Mascaro, Claudia Jaguaribe, Evandro Teixeira, Walter Carvalho, Thomaz Farkas, entre outra dezenas de profissionais oriundos do Brasil, China, França, África do Sul, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Itália, Espanha e Argentina entre outros, ilustraram a milhares de participantes as principais tendências da imagem fotográfica.

 

O Paraty em Foco atravessou uma década e meia de mudanças radicais seja na técnica ou na cultura da fotografia, apresentando temas pertinentes a existência humana e a arte. Abordando temas contemporâneos como o das migrações no planeta, na última edição, este ano procura refletir a importante questão ambiental, uma discussão premente e necessária, que será vista em seus aspectos mais amplos, do documental clássico as expressões mais conceituais e artísticas.


Com a direção de Giancarlo Mecarelli, criador do Paraty em Foco e Juan Esteves, fotógrafo , editor e crítico,

que já fez parte do Conselho Curador do Paraty por mais de uma década, o tema debruça-se sobre suas vertentes que se acomodam na dicotomia entre a natureza ameaçada e a preservada. Ou seja, a amplitude intrínseca da fotografia permite que a questão ambiental  seja abordada por ecléticos caminhos.


Se por um lado, a imagem engajada se revela em produção de necessários fotógrafos documentaristas cujo ativismo é essencial para a interrupção da destruição do planeta, por outro é certo que aqueles que se movem pela estese e pela arte e de maneira mais conceitual também são mais que necessários.O papel da arte é o de levar ao leitor questões de uma forma diferente mas não menos eficientes.

 

Certamente, a crescente alteração do clima do planeta produz efeitos negativos que vem sendo registrados

por inúmeros fotógrafos. Não precisamos ir ao Ártico para ver que o descongelamento está mais rápido do

que os cientistas previam, nem sair de casa para ver os efeitos danosos que o aumento da temperatura está produzindo na Amazônia brasileira, que junto com o desmatamento no avanço das terras indígenas, sinalizam tempos difíceis.

 

Entre estes acontecimentos a fotografia registra o lado ambiental, social e político que estão presentes. Entre-tanto, o lado da arte representa o preservacionismo por outro importante viés, aquele que representa a beleza resiliente do meio ambiente ainda existente e intocável, tanto em imagens cujo objetivo é provocar a estese ao espectador através de produções mais contemplativas, mas que também chamam a atenção para que este patrimônio seja preservado

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