Selfie em Foco 2019
A curadoria do Paraty em Foco promoveu a chamada Selfie em Foco 2019, visando expor autorretratos criativos enviados por fotógrafos. Foram selecionados 32 autorretatos, evidenciando a variedade de expressões e abordagens. Participam da exposição Adilson Andrade, Alexandre Suplicy, Ana Gilbert, Antonio Salaverry, Arthur Kolbetz, Bruna Vianna, Carolina França, Cecilia Bethencourt, Felipe Garofalo, Fernanda Lider, Flavia Baxhix, Gilma Mello, Khalil Charif, Lilian Nader, Luci Polina, Luciana Crepaldi, Marcos Marcolla, Maria Jose Benassi, Mariana Pêgas, Marisa Souza, Mazé Martins, Natalia Rocha, Paula Mello, Rafael Silva, Renato Lo, Roberta Sucupira, Rossana Medina, Tacila Torres, Tika Tiritilli, Veronica Machado Nani, Victor Garcia e Zé Renato. Local: Pátio da Casa da Cultura. De 18 de setembro a 14 de outubro.
FINALISTAS ENSAIO
HOMENAGEADO PEF 2021
Thomaz Farkas (1924) é um dos grandes expoentes da fotografia moderna no Brasil. Nascido em Budapeste, reside desde sua infância em São Paulo, onde em 1948 realiza sua primeira mostra individual, considerada também a primeira exposição de fotografia em museus do país. Em 1949 expôs no MOMA de Nova York, que adquiriu suas fotografias para o acervo permanente da instituição. Foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP por 20 anos e desde 1996 é presidente emérito do Conselho da Cinemateca Brasileira.
Nos anos 40, o trabalho de Farkas tem como foco principal a vertiginosa transformação da paisagem urbana de São Paulo. Em 1942, aos 18 anos, associa-se ao Foto Cine Clube Bandeirante, núcleo de debate e conceituação da atividade fotográfica. Afinados com as vanguardas européias e norte-americanas, seus integrantes buscavam uma estética específica, com novos enquadramentos e pontos de vista inusitados. Perseguindo os ideais de movimentos como o Straight Photography, as fotos de Farkas deste período resultam em abstrações geométricas que prenunciam o construtivismo que vigoraria na década seguinte.
Nos anos 50 inicia o estudo de movimentos e do desenho dos corpos em contra-luz com uma célebre seqüência de fotos de ballet. Já nos anos 60 e 70, Farkas volta seu interesse para o interior do país, especialmente o Nordeste, e torna-se diretor e produtor de cinema documentário. A Caravana Farkas abre espaço para uma geração de cineastas que começam então a revelar um Brasil desconhecido do eixo Rio – São Paulo. Em 1979 funda a Galeria Fotóptica, importante referência para todos os fotógrafos da época.
As fotografias reunidas nesta exposição integram o acervo de Thomaz Farkas, composto por mais de 34.000 imagens e que hoje encontra-se depositado no Instituto Moreira Salles através de convênio para guarda e preservação da obra do fotógrafo estabelecido em 2007.
São imagens emblemáticas deste período de intensa produção e criação fotográfica de Thomaz Farkas nas décadas de 40 e 50, período este basilar para a estruturação da estética moderna na fotografia brasileira e do qual Farkas é um de seus principais representantes.