A série “A cidade é um vão” é livremente inspirada na canção “As vitrines”, de Chico Buarque, que aborda o sentimento de frustração de um personagem apaixonado que persegue a amada pela cidade sem nunca obter dela nem mesmo a percepção de sua presença.

 

A vida urbana na contemporaneidade potencializa ambiguidades e relativiza as relações sociais. Solitários nas multidões, vivemos próximos e distantes simultaneamente. Participamos de incontáveis grupos virtuais, mas nos afastamos uns dos outros.

 

Imprecisas e monocromáticas, com pessoas sós ou em grupo, as imagens foram feitas em grandes edifícios metropolitanos como shopping-centers e aeroportos — os “não-lugares” no conceito de Marc Augé, espaços de anonimato, incapazes de dar forma a qualquer tipo de identidade ou de propiciar a formação de vínculos e conexões.