CONVIDADOS
MAUREEN BISILLIAT
Maureen Bisilliat. Filha de um diplomata argentino e de uma pintora inglesa, Maureen viveu uma
infância itinerante entre Inglaterra, Estados Unidos, Dinamarca, Colômbia, Argentina e Suíça. Esse desenraizamento cultural, apontado por ela mesma, começou a terminar quando, em 1953, mudou-se para São Paulo em companhia do fotógrafo espanhol José Antonio Carbonell, seu primeiro marido.
Data de 1960 seu primeiro contato com Jorge Amado, que lhe inspirou a ideia de realizar um trabalho de “equivalência fotográfica” sobre obras literárias nacionais. Poucos anos depois, ao percorrer o sertão de Minas Gerais em busca de imagens que dialogassem com Grande sertão: veredas, obra-prima de Guimarães Rosa, Maureen já tinha se naturalizado brasileira.
De 1964 a 1972, fotojornalista contratada da Editora Abril, realizou para revistas como Realidade e Quatro Rodas ensaios que ficaram célebres, entre eles “A batucada dos bambas”, sobre o samba tradicional carioca, e “Caranguejeiras”, retratando mulheres catadoras de caranguejos na aldeia paraibana de Livramento. Paralelamente, dava prosseguimento a suas “equivalências fotográficas” com
a literatura, que entre os anos 1960 e 1990 publicaria numa série de livros importantes.
Editora incansável de sua própria obra, Maureen lançou ainda dois volumes notáveis sobre o Parque Nacional do Xingu, ambos chamados Xingu, com os subtítulos Detalhes de uma cultura (1978) e
Território tribal (1979). Também sobre a região, que visitou diversas vezes, codirigiu com Lúcio Kodato
o documentário de longa-metragem Xingu/terra. A paixão pelo vídeo passou a absorvê-la cada vez mais a partir dos anos 1980, mas, nos anos 1990, Maureen ainda publicou livros com ensaios fotográficos de viagens à África, ao Líbano e ao Japão.
No Paraty em Foco 2018, Maureen Bisilliat vai apresentar o resultado do filme Equivalências, que está em processo de finalização. O filme revisita o acervo e as histórias da fotógrafa, artista, videomaker e curadora.